Vem do escritor Uedison Pereira o volume de contos reunidos sob o título O leão e as hienas. O conto que dá título ao livro é uma fábula nada infantil, cuja moral, já que é esperado que toda fábula tenha uma, é a repetição dos eventos ocorridos na savana africana com leões e hienas, sabidamente inimigos notórios, entre os humanos. Na recriação da fábula, Uedison Pereira, com maestria, demonstra como leões e hienas são inofensivos se comparados às bestas feras que são os homens. Leia mais
No volume Recontando Machado - Artimanhas do Bruxo, o poeta, psiquiatra, psicanalista, ensaísta e poeta Ruy Perini nos apresenta Machado de Assis, desde seu processo criativo até as suas influências, entre os maiores contistas da literatura mundial. E, mesmo sem a pretensão de traçar uma biografia, através de uma rigorosa análise de seus contos, o autor de “Recontando Machado” nos revela o Bruxo do Cosme Velho como atento crítico e relator dos eventos político-sociais e econômicos de seu tempo. Leia mais
A simplicidade, o prazer em lidar com a palavra, o amor pela poesia. As características da obra de Gilson Soares se conjugam e resultam em um texto até difícil de definir, dados os aspectos tão variados em que se manifestam. De fato, a leveza da linguagem, por um lado, cai muito bem à delicadeza de alguns temas, acabando por elevá-los, como se vê quando ele conta ao leitor que uma flor se abriu. Leia mais
Capaz de escrever com desenvoltura textos de diferentes formatos, Francisco Grijó contribuiu para o jornal A Gazeta entre 2011 e 2015, exibindo em suas crônicas semanais a mesma liberdade que demonstra em suas conversas com amigos, em sala de aula ou no bem-sucedido projeto Livro aberto, série de “entrevistas” promovidas em seu perfil no Instagram. A dedicação à literatura nos mais diferentes espaços é uma constante na carreira desse escritor extremamente produtivo e legítimo “profissional das letras”.
Doxa é uma seleção, realizada pelo próprio autor, dos textos publicados naquele período. Não passaram por atualizações, preservando-se o conteúdo original e optando-se por notas explicativas quando necessário. Com humildade, Grijó assume que alguns pontos de vista já não são os mesmos, pois alguns anos a mais de vida e algumas experiências com que se deparou em seu trabalho como secretário de Cultura o levaram a reconhecer que vez ou outra era preciso corrigir o grau de suas lentes, o que fez sempre sem titubear. Quem não tem medo de expressar suas opiniões também não deve ter medo de mudá-las.
Quem conhece esse irrequieto provocador sabe que Francisco Grijó nunca se eximiu de falar o que pensa sobre tudo. Prova disso são os textos que ele agora reúne com um subtítulo que destaca seus assuntos preferidos: cinema, música e livros, em “brevíssimas opiniões”. Contudo, esses temas são apenas a ponta do iceberg, visto que são abordados em uma vasta conexão com tudo o que diz respeito ao homem.
Enfim, Doxa é isso, um pequeno recuo temporal em textos que entrelaçam eventos de longa duração. Ainda que as provocações que o leitor encontrará já tenham feito alguns aniversários, permanecem vivas, pulsantes e instigantes. Leia também
Em O limite é o cosmos o poeta Fábio Daflon, em quatorze ensaios poéticos, nos fala da poesia da poetisa Marly de Oliveira e do encantamento que o tomou ao ler a vasta obra dessa capixaba de Cachoeiro de Itapemirim. No primeiro ensaio o autor delimita o desenvolvimento do livro: "Sua produção é extensa, sua obra é harmônica e vamos desenvolver a ideia que formamos dessa obra sem partir de premissas, porque seria impossível analisar a obra dessa grande poeta sem saborear o espanto que o sabor dos versos trouxe passo a passo, poema a poema. Desde a primeira linha, desde o primeiro título do primeiro livro publicado." Fernanda Maria M. Martins, secretária municipal de Cultura e Turismo de Cachoeiro de Itapemirim, escreve sobre o livro: "Ao analisar a obra de Marly de Oliveira, Daflon, também poeta e autor nutrido de ricas raízes - Bahia, Rio e Espírito Santo -, nos presenteia com um pensar coerente e sensível sobre a poesia de uma mulher capixaba, pulsante em paixão, viva em sentimentos e expressões muito belas."
Para o escritor Francisco Grijó, Fama volat é seu primeiro romance policial. Embora seu penúltimo romance, Histórias curtas para Mariana M, possua algumas características do gênero,tendo entre seus protagonistas um detetive que tenta com todos os seus recursos solucionar um assassinato, o autor o considera primordialmente uma história de amor entre um homem em seus últimos dias e uma mulher por ele amada. Adolfo Costa, na orelha que fez para o livro Fama volat, escreve: “Assim que iniciei a leitura deste livro, recusei-me a continuá-la. Não havia lido nem vinte páginas quando me foi quase imposta, pelo narrador, a necessidade de conhecer o romance anterior de Francisco Grijó, Histórias curtas para Mariana M, publicado em 2009.” Adolfo Costa tem razão quando se diz motivado a ler o romance anterior por ele referido, porque realmente pode ser o primeiro voo do autor no gênero, já que é a primeira participação do detetive Rosa Torres, protagonista de Fama volat, na literatura desse autor capixaba (aliás, recomendamos a leitura da obra completa desse que está entre os maiores escritores capixabas de todos os tempos). Mas se o autor diz ser essa sua estreia no gênero, não é difícil concluir, após a leitura desse envolvente livro, que Fama volat é uma excelente estreia de Francisco Grijó no romance policial. E a consolidação do nome de Rosa Torres como uma emblemática personagem da literatura policial produzida no Brasil.
O projeto Revivendo o Melpômene propõe a reconstrução das memórias do primeiro teatro à italiana de Vitória, ES, o Theatro Melpômene [1896-1924], construído na Praça Costa Pereira, Centro Histórico da cidade. Em 1925, foi demolido um ano após um princípio de incêndio na cabine de projeção durante a sessão do filme “Ordens secretas”, que causou pânico, muitos feridos, duas mortes e sua interdição. As colunas que sustentavam seus camarotes foram reaproveitadas no Theatro Carlos Gomes, inaugurado em 1927 nas imediações do Melpômene.
Quais outras histórias estariam por trás dessa edificação tão efêmera e significativa para a vida cultural da cidade de Vitória? A localidade que abrigou o teatro se transformou num importante polo das artes da cidade. Sua existência reverbera até hoje na Praça, mantendo vivo seu legado.
Partindo de pesquisa histórica e iconográfica desenvolvida por uma equipe multidisciplinar de profissionais das áreas de teatro, arquitetura, ciências sociais, história, comunicação e design, foram produzidos este livro, uma exposição, um website e uma intervenção cênica.
Este livro, com edição primorosa, ricamente ilustrado, foi organizado por Colette Dantas e contém estudos de Agostino Lazzaro, Colette Dantas, Diovani Favoreto e Rogério Piva.
Cartas fantasmas, de Adilson Vilaça, dá continuidade ao romance histórico Cotaxé; portanto, aborda a efêmera existência do Estado de União de Jeovah no Sudeste brasileiro, entre os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Destaca
-se a criação da cidade de Ecoporanga, no Noroeste capixaba, em cenário convulsionado pela Revolta Camponesa naquele município, com duração de 1959 a 1962. Cotaxé, hoje distrito de Ecoporanga, foi capital da aventura messiânica conhecida como "Canudos Mirim”, com final decretado pelas armas em 1954.
O romance divide-se em duas partes. Em “O tempo da fala”, sua primeira parte, que se divide em seis capítulos, cinco personagens e um cronista revezam-se capítulo a capítulo na construção da narrativa que remonta o sopro do messianismo, a revolta dos camponeses e a fundação da cidade. Na segunda parte, “A fala do tempo”, os seis capítulos são conduzidos por narrador onisciente, que dá voz aos vencidos. O desenlace revela o denso êxodo que varreu o Noroeste capixaba, transformando-o em terra de matarias devastadas, de concentração fundiária e habitado por imenso vazio populacional.
O livro Educação e língua pomerana: experiências de (re)afirmação cultural, da professora Adriana Vieira Guedes Hartuwig, discute o processo de criação e desenvolvimento de um programa de educação bilíngue desenvolvido por professores pomeramos em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. As experiências das comunidades pomeranas em terras capixabas provocam nossa reflexão sobre modos sociais de produção e ressignificação dos saberes entre sujeitos de diferentes segmentos populares, como camponeses, quilombolas e indígenas, constituindo-se em desafio que aos poucos começa a ser enfrentado pelos pesquisadores. Reconhecer os processos culturais de socialização vividos por esses sujeitos necessita do debate e da pesquisa no campo da educação, a partir de contextos socioculturais próprios, a fim de potencializar práticas coletivas transformadoras de relações sociais que deles emergem.
O livro Uma leitura na chuva, além de brincar com metalinguagem, desenha a largos traços duas discussões, antigas e sempre renovadas: por um lado, o dilema do escritor diante da (in)utilidade de seu trabalho artístico com as palavras e a representação do mundo ao seu redor, sobretudo em sociedade destituída de uma cultura forte e contínua de incentivo à leitura e de compreensão do que seja e enseja o literário. Por outro, o embaraço do leitor diante das representações ficcionais de um texto verbal artístico, em especial, quando ele próprio serve de referência a sua produção.
Novo livro de poemas de Fernando Achiamé, publicado pela Patuá Editora.
O Cuieté, território localizado no leste de Minas, primeiramente denominado de Casa da Gasca, despontou como lugar de grandes riquezas minerais, atraindo o interesse de sertanistas, bandeirantes, religiosos, militares, mineradores, governadores e da própria Coroa, além de aventureiros de toda casta. Coube ao paulista Arzão a primazia do descobrimento do primeiro filão aurífero na futura região das Gerais, em 1693, sendo a mais importante descoberta daqueles tempos.
Na segunda metade do século XVIII, chegavam novamente notícias daquelas fabulosas faisqueiras, o que levou o governo mineiro e a Coroa a idealizarem um plano para a Conquista do Cuieté, a partir da catequese indígena, da ocupação territorial e da distribuição de terras minerais. Era o novo Eldorado do Cuieté renovando as esperanças de reerguer a Capitania de Minas, que declinava de sua opulência.
Por sua localização estratégica no Sertão do Rio Doce, o Cuieté se transformou em escudo entre Minas e Espírito Santo. E da função de ponto de guarda, passou, mais tarde, a lugar de degredo.
Entre os anos 1776 e 1781, foi aberto o caminho inteiramente terrestre ligando a capital Vila Rica ao Arraial do Cuieté, o Caminho do Cuieté, defendido pelo historiador José Araújo de Souza como uma vertente da Estrada Real. E adiante, a partir do século XIX, vários outros caminhos foram trilhados, tendo o Cuieté como ponto de referência, seguindo para outras direções de Minas e para o Espírito Santo, com o propósito de facilitar a comunicação e o comércio entre as duas capitanias.
O Distrito do Cuieté, também chamado de país ou continente do Cuieté, foi uma vastidão de terras cuja área é correspondente, nos dias atuais, à de localidades que, em razão de atos governamentais, tiveram seus territórios desmembrados do antigo distrito e passaram a pertencer a diferentes municípios, por meio de novas divisões administrativas.
A Conquista do Cuieté, Volume l da Coleção Cuieté, é um resgate histórico, cultural e inédito de um lugar que pertence aos primórdios de Minas Gerais e que contribuiu significativamente para a efetiva ocupação do Vale do Rio Doce. A região é emoldurada por paisagens encantadoras, de fauna e flora exuberantes, com belas cachoeiras, ribeirões, picos, pedras, montanhas e vales.
Ainda sobre o livro, disse o escritor e editor Saulo Ribeiro: “Um registro histórico e cultural sobre o Sertão do Cuieté, resultado de suas pesquisas em arquivos oficiais, guardados de famílias e fontes orais. Crescido naqueles arredores, ouvinte de causos e visitante de antigas lavras, ribeirões e trilhas indígenas, José Araújo de Souza elevou a curiosidade dos tempos de criança ao mergulho nos livros, na rigorosa análise e escrita.”
Sobre o livro Os incontestáveis, de Saulo Ribeiro, escreveu Manoel Herzog: “Poucos autores contemporâneos conseguem o feito de Saulo Ribeiro, que é sintetizar o dilema existencial de todos os que nascemos em plena vigência dos anos ditatoriais, atochados pela imposição de um modus vivendi baseado no carro, na violência, na apropriação da riqueza do mais fraco, na destruição da natureza. Sem questionamento moralista, os personagens de Saulo existem no horror de um mundo novo que já nasce velho, de uma América que nega, sim, o humanismo europeu, mas que aponta para um mundo livre, de estradas por conquistar e aventuras num continente já não tão virgem. Percorrendo as estradas do Brasil das últimas décadas, este Os Incontestáveis vem coroar a produção literária do autor capixaba ao modo de um Mark Twain, de um Rosa ou de um Bukowski tupiniquim absolutamente brasileiro e universal.”
Em 1860, duas décadas depois do invento da fotografia, a ‘nova arte’ chega à Província do Espírito Santo pelas lentes do francês Jean Victor Frond, um respeitado fotógrafo com relevantes serviços prestados à Casa Imperial no Rio de Janeiro.
Entre os meses de setembro e outubro daquele ano, a pedido de D.Pedro II e acompanhado pelo colega escritor Alexandre Jouanet, Frond percorre o mesmo itinerário que o Imperador havia realizado na província, sete meses antes, para então registrar alguns panoramas de Vitória e as colônias de imigrantes, localizadas nas montanhas
do interior capixaba.
Como resultado dessa viagem o francês produziu um conjunto de 16 imagens, que seriam impressas em um dos volumes do livro-álbum Brasil Pitoresco, a fim de divulgar as terras espírito-santenses na Europa e assim atrair mais imigrantes para as colônias recém-criadas.
É dessa produção fotográfica de que trata este livro, fruto de uma intensa pesquisa em documentos, jornais e mapas da época, e que também teve por base as visitas do Imperador e do barão suíço, Johann Jakob von Tschudi, ao Espírito Santo no mesmo ano de 1860.
Trata-se, pois, de um apurado estudo que nos conta um pouco da história da província e nos revela alguns dos segredos de Victor Frond na arte de registrar os mais diversos panoramas capixabas com luz.
O livro também nos relata como essas imagens, guardadas pela Biblioteca Nacional, tiveram sua identificação de autoria reconhecida, 144 anos depois de produzidas, e da elucidação desse enigma.
Além de contextualizar a história da fotografia, o emprego das técnicas e das estratégias utilizadas pelo fotógrafo no uso dos equipamentos e dos produtos químicos, este trabalho também tem por objetivo dar o devido respaldo à fotografia como importante fonte para o estudo da história.
Na segunda parte, o autor alia-se às fontes primárias e desenvolve uma narrativa, no gênero romance histórico - de modo inédito para a fotografia brasileira - para descrever as aventuras dos franceses Victor Frond e Alexandre Jouanet para a produção dos primeiros registros em fotografia do Espírito Santo. Leia também
Deste livro de Cláudio Rodrigues, uma breve relação do patrimônio histórico e religioso do Espírito Santo, disse Gilbert Chaudanne:
“O passado concretizado nas igrejas coloniais é algo que faz parte da nossa vida, é algo que nos diz quem somos; e recusá-las como velharias obsoletas é mostrar, explicitar a cara-carranca do homem ‘modernoso’, narcísico, que acha que nasceu de si.
Essa cultura descartável, do momento, tem seus limites. Não é que devemos reverenciar as ruínas do sagrado como se fossem o próprio sagrado. Mas essas ruínas são como um carimbo esmaecido do que já foi, que não está totalmente morto e ainda vive em nós na forma de reminiscências. Essas ruínas são sagradas, porque representam as digitais comoventes do tempo perdido, mas que, através delas, não se perderam totalmente e assim nos ajudam a ser nós mesmos.
Memória e identidade são estritamente entrelaçadas como as entrelinhas de uma mesma frase. Elas são como ‘a marca d’água’ da identidade capixaba. Elas são a garantia de ser e do Ser.”
Este livro é o minha terra tem palmeiras e o aurora da minha vida da poeta Kátia Bento. A louvação de sua infância e a crônica paixão por sua cidade natal são elementos inseparáveis em sua vida e nos textos deste Castelã, que se incorpora à lista de seus seis livros de poesia publicados anteriormente.
É também uma oportunidade para que novas gerações de castelenses conheçam seu trabalho.
Trata-se de uma legítima declaração de amor e, ao mesmo tempo, de uma confirmação da fidelidade da autora ao seu fazer poético e ao rigor do seu ofício.
Este O assunto é música, de Rogério Coimbra, lançado em fevereiro de 2018, é um divertido passeio ao longo de uma seleção de críticas de discos e crônicas musicais, publicadas entre 1964 e 2012, em que o autor discorre com bom humor sobre a indústria do entretenimento (discos, emissoras de rádio, espetáculos) e seus protagonistas, bem como sobre música em geral, revelando que as nuances que há cem anos promovem o consumo do disco continuam as mesmas. Rogério Coimbra conviveu com a música desde cedo, e chegou a atuar como músico e produtor fonográfico, além de ter tido uma vasta atuação na área cultural do Espírito Santo. Foi ele quem implementou a Lei Rubem Braga, do município de Vitória, tendo sido seu primeiro secretário executivo. O livro foi publicado pela Cândida Editora em parceria com a Estação Capixaba.
Memória repartida, romance de Getúlio Marcos Pereira Neves, marca sua estreia no gênero. Passado na Vila, uma referência a Colatina de outros tempos, é um volume organizado por um diligente senhor de boa vontade, o qual, tendo recebido da aflita mãe de um ex-aluno um volume amarrado com uma fita, trata de dar-lhe ordem e luz. Essa espécie de curador, um literato, trata de dar forma ao enredo, esperançoso de encontrar em seu restrito círculo literário a acolhida ao livro. Boas surpresas aguardam o leitor nesse primeiro romance de Getúlio Neves. É conferir. Leia também
Lançamento da Editora Patuá, editora paulista especializada em poesia, o novo livro de Jorge Elias Neto, Breve dicionário (poético) do boxe contém, em suas 76 páginas, poemas dedicados ao mundo do boxe.
A série Escritos de Vitória, criada pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Vitória no início dos anos 1990, chega ao seu trigésimo volume, com o título de Sabores da ilha, incluindo textos de dezenas de autores dos mais representativos da literatura produzida no Espírito Santo.
De uma tacada só, a Academia Espírito-santense de Letras republica três livros de Elmo Elton.
Em convênio com a Prefeitura Municipal de Vitória, o volume 23 da Coleção José Costa traz dois livros: Velhos templos e Tipos populares de Vitória, que resgatam "para as novas gerações, as pesquisas, a memória e o amor desse grande capixaba sobre sua cidade natal, Vitória".
O outro livro, Anchieta e outros temas capixabas, foi publicado em convênio com a Secult, com 20 sonetos sobre Anchieta e outros poemas, inclusive inéditos.
Este é o 7º livro de Anaximandro Amorim, segundo de caráter autobiográfico. Nele, o autor conta uma história de sobrevivência. Em 07 de setembro de 2009, em viagem pelas montanhas capixabas, sofreu um grave acidente automobilístico, que quase tira sua vida. Coma, traqueostomia, experiência de quase morte e outros relatos permeiam a obra, verdadeiro exemplo de literatura de resistência. O livro é publicado pela LeYa Brasil.
Esta é a quarta investida em livro de José Roberto, que a partir de uma seleção de 51 crônicas, artigos, resenhas, críticas e roteiros musicais, apresenta um recorte de sua produção jornalística com foco na cobertura musical que desenvolveu durante duas décadas no jornal A Gazeta e na perspectiva do acesso à cultura como elemento transformador da sociedade. Crônicas musicais e recortes de jornal é uma defesa apaixonada do jornalismo e do ofício do jornalista, onde se percebe, nas entrelinhas, a busca incessante do autor pela musicalidade do texto, entre melodias, ritmos e harmonias, cantos e encantos, pausas e acentos, dinâmica e andamentos, lirismo e amor.
Este livro de Renata Bomfim conta com 120 poemas que abordam principalmente temáticas socioambientais, mas o amor, a morte, a solidão e a esperança também ganham espaço no livro.
Este livro, A flor quebrou o asfalto, de Wilson Coêlho, é uma série de ensaios sobre escritos diversos que não tem aparentemente uma relação entre eles. Daí a dificuldade de apresentar um livro que é como um mosaico, um patchwork ou uma colcha de retalhos. Mas isso é só uma impressão, já que numa leitura atenta, se sente a presença de um olhar unificador: o olhar de nosso ensaísta Wilson Coêlho. (Gilbert Chaudanne)
Há duas maneiras de se chegar ao bairro Assunção de Nossa Senhora, ou simplesmente Assunção, a noroeste da ilha de Vitória. A primeira é pegar a rodovia que leva até lá e encontrar uma sutil indicação à margem norte, por onde se envereda e lá chega. A segunda maneira é ler estes contos do escritor Pedro J. Nunes, que não apenas dão conta do lugar e da gente que nele mora, como também da forma como essa gente vive esperançosas e trágicas histórias de amor.
É nesse bairro fictício, mas localizado em uma Vitória real, criação tão ao gosto desse escritor, que essas histórias aconteceram (Nicodemos, o matador e A abantesma do bairro Assunção), aí vieram ter seu desfecho (A última noite e Violeta) ou sua origem (Teorema). Se estes contos são fortemente atravessados pelo tema do amor entre os assuncenses, aquele pretensiosamente batizado Eventos de gente trágica: romance breve é o mais completo painel traçado sobre como se ama em Assunção.
Inclui-se nesta antologia Mariposa noturna em veranico de maio, conto escrito na década de 1990. Já que possui certa semelhança com os demais contos, quando nada por haver sido ambientado em alguns lugares imaginários em Vitória, inclui-se neste volume rogando em seu favor uma segunda chance.
Quem conhece Caco Appel conhece alguém para quem os livros não são apenas importantes, são fundamentais. Esse leitor democrático, mas sempre atento a rígidos critérios de qualidade, lê de tudo, tanto que não é incomum que nós, seus amigos, lhe peçamos sempre alguma orientação quando se trata de um livro duvidoso. Caco não titubeia, e sempre vem com uma orientação segura.
A esse leitor voraz não basta ler: Caco, em alguns casos, só se satisfaz quando faz uma resenha sobre o que leu, muitas das quais ele publica neste livro. Agora, quando ele não estiver por perto, poderemos contar com as orientações contidas nesse original volume de impressões de leituras.
Quanto àquela orientação sobre livros a que me referi, nunca vi que Caco errasse. Por isso, caro leitor, você tem nas mãos um livro com certificado de garantia. Lê-lo não vai apenas abrir-lhe uma perspectiva de leitura, mas uma perspectiva de leitura segura. (Pedro J. Nunes)