Sérgio Blank

Sérgio Luiz Blank nasceu em Cariacica, ES, em 07 de abril de 1964. Descendente de alemães católicos, tanto por parte de mãe quanto por parte de pai, desde o início de sua vida escolar na Escola de Primeiro Grau Stélida Dias e no Colégio Cenecista o menino Sérgio Blank se interessou pelos livros, dos quais nunca mais se separou. Sobre esses primeiros dias, escreveu ele: “Nessa escola eu descobri a biblioteca. Descobri que nessa escola tinha uma sala cheia de coisas que não faziam parte da minha realidade, que eram os livros, e ali eu me achei. Foi a minha salvação. Eu era um menino extremamente tímido, chegava a ser uma doença, e essa timidez estava ali me anulando, me destruindo de certa forma. Mas o livro me puxou, e assim eu conheceria outro universo, outro caminho para mim.” Por volta dos dezesseis anos, começou a escrever seus primeiros poemas, consequência natural de sua vida solitária. Antes de publicar seu primeiro título, no entanto, Sérgio Blank, levando sua vida entre livros, empregou-se na Livraria Mandala, que o mandou mascatear livros na Universidade Federal do Espírito Santo, transformando-o num vendedor ambulante no campus da universidade. Aí deu-se o que faltava à formação do poeta Sérgio Blank: aulas furtivas no Centro de Línguas e de Artes, já que não era aluno matriculado, e a convivência universitária consolidaram o universo do pretendente a poeta. Em 1984, na prestigiosa coleção Letras Capixabas, Sérgio Blank publicou seu primeiro livro, inscrevendo de forma definitiva seu nome na produção poética do Espírito Santo. Pela Fundação Ceciliano Abel de Almeida sai esse muito bem recepcionado livro de estreia, Estilo de ser assim, tampouco. Seguiram-se a esse livro os seguintes: Pus (Fundação Ceciliano Abel de Almeida/Editora Anima, 1987); Um (Cultural-ES, 1989); A tabela periódica (Secretaria de Produção e Difusão Cultural/UFES,1993); Vírgula (1996). Publicou sua obra completa sob o título Os dias ímpares (Vitória: Cousa, 2017). Em 2019 publicou Blue sutil (prosa poética, Vitória, Edição do Autor). Literatura para crianças: Safira (Vitória, Departamento Estadual de Cultura, 1991; Vitória, Cousa, 2015). Além de sua obra literária, Sérgio Blank deve ser lembrado por agitações literárias promovidas na Livraria da Ilha e por oficinas literárias para todos os públicos, inclusive para detentos e portadores de doenças mentais. Seus últimos grandes projetos foram “Por que você escreve?”, em que ao longo do ano de 2017 ele recebeu doze escritores capixabas com a terrível missão de responder a essa pergunta muitas vezes irrespondível, e "A máquina de escrever". O projeto "Por que você escreve" rendeu um livro com textos de participantes e do próprio Sérgio, publicado em 2018 sob o título Por que você escreve? Um dos encontros de "A máquina de escrever" foi filmado por Pedro J. Nunes, e o vídeo, entre as últimas aparições de Blank, encontra-se publicado no site Tertúlia. Sérgio Blank pertencia à Academia Espírito-santense de Letras. Faleceu em 22 de julho de 2020.

 

Afinidades

Sérgio Blank, um conhecido poeta desconhecido - Deny Gomes

30 anos contando os dias ímpares: uma leitura da obra poética de Sérgio Blank - Erly Vieira Jr

A biblioteca sobre o mar - Rogério Coimbra

Vídeo: "A máquina de escrever" recebe Rogério Coimbra

Sérgio Blank - O irmão da poesia - Eliane Lordello

 

Índice de perfis e entrevistas

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