A Academia Espírito-santense de Letras foi criada em 04 de setembro de 1921 e, diferente do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, cuja fundação ocorreu cinco anos antes, seus primeiros membros não pensaram ou viabilizaram uma revista para a publicação dos trabalhos e criações literárias de seus sócios. Assim, muito se perdeu da escrita produzida pelos primeiros ocupantes de suas cadeiras, infelizmente. Apenas setenta anos depois, em 1991, saiu uma revista especial da AEL, comemorativa do seu septuagésimo aniversário, na gestão do Dr. José Moysés e tendo como editor Marien Calixte. Essa revista teve 72p., formato A4 , capa em duas cores, contou com vinte e dois participantes, com trinta e um textos, sendo vinte homens e duas mulheres, Anna Bernardes da S. Rocha e Neida Lúcia Moraes. Dos 31 textos, 16 foram em prosa e 15 em verso. Quanto aos gêneros ou modalidades, 7 foram ensaios,6 crônicas, 2 contos, 13 sonetos e 2 poemas de formas diversas. O editorial “O ideal revigorado” foi do Dr. José Moysés. Não há indicação de patrocinador.
Sete anos depois, em 1998, na gestão do Dr. Romulo Salles de Sá, saiu um número especial da Revista da AEL, com editorial do presidente e patrocínio da Cesan. Esse número teve 14 participantes com 18 textos, sendo 11 homens e 03 mulheres, Ester Abreu, Maria Helena Teixeira e Neida Lúcia Moraes, que publicaram 03 ensaios, 08 crônicas, 14 poemas e 02 contos, num total de 11 textos em prosa e 14 em versos, dos quais foram 02 sonetos e 1 balada e 8 em formas diversas. Dois autores publicaram gêneros diversos: Maria Helena Teixeira, poema e crônica; Francisco Aurelio Ribeiro, crônica e poema e 2 publicaram 2 textos cada, crônicas memorialísticas ou de homenagem, Romulo Salles de Sá e José Moysés, atual e ex-presidente. Teve 32p.
A partir daí, já na gestão de Francisco Aurelio Ribeiro, a revista da AEL teve a sua periodicidade anual. Em 1999, mantendo-se a mesma capa da anterior, publicou-se um número apenas com os quatro discursos de acadêmicos que tomaram posse naquele ano e seus recipiendários respectivos, num total de 08 participantes: Berredo de Menezes e Miguel D. Tallon; Ivan Borgo e Miguel Tallon; Gracinha Neves e Gabriel Bittencourt; Sérgio Bizotto e Renato Pacheco. O editorial foi do presidente Francisco Aurelio e o editor responsável, Marien Calixte. Não há indicação de patrocinador. Tinha 40p.
Em 2000, saiu a revista com o apoio do acadêmico e governador José Ignácio Ferreira e da Gráfica Espírito Santo. O formato mudou, ficando um pouco maior do que os números anteriores, a capa não teve mais a foto em cores da sede da AEL, mas uma foto do arquivo da AEL, não identificada, em preto e branco, com um adulto e uma criança escrevendo. Teve 19 participantes com 25 textos, sendo 13 homens e 06 mulheres. Pela primeira vez, houve a publicação de não acadêmicos, sendo 3 convidadas, Clory Zuardi, Maria Lúcia Kopernik e Marilena Soneghet. Três acadêmicas publicaram: Ester Abreu, Maria Helena Teixeira e Magda Lugon. Dos 25 textos, 17 foram em prosa e 08 em versos. Os textos em prosa foram 07 crônicas, 01 conto, 08 ensaios e 01 editorial. Os textos em verso foram 02 sonetos e 06 haikais. Tinha 44p.
Em 2001, a AEL comemorou festivamente seus 80 anos, no entanto, sua revista saiu bem modesta, mantendo-se o formato anterior, um pouco menor, em preto e branco, com seis fotos de arquivo na capa e quatro na contracapa, além da foto da sede em preto e branco. Esse número contou com o apoio do reitor da Universidade de Vila Velha, à época, Manoel Ceciliano Sales de Almeida, filho do acadêmico e ex-presidente Nelson Abel de Almeida. Com 25 textos, sendo 23 em prosa e 02 em verso, escritos por 18 homens e 06 mulheres, das quais, 02 convidadas, Maria Lúcia Kopernick e Marilena Soneghet. Das acadêmicas, participaram Ester Abreu, Maria Beatriz Abaurre, Maria Helena Teixeira e Neida Lúcia Moraes. Os textos em prosa foram 08 crônicas, 12 ensaios, o2 contos, 01 editorial e 02 sonetos do Carlos Nejar. Tinha 52p.
Portanto, nessa primeira década de existência da Revista da Academia, 1991-2001, saíram cinco números da revista, com 119 textos. Quanto às modalidades literárias, foram 80 em prosa e 39 em verso, distribuídos em 30 ensaios, 29 crônicas, 07 contos, 19 sonetos, 13 poemas em formas diversas, 08 discursos, 01 balada, 06 haikais e 06 editoriais, sendo um de José Moysés, 01 de Romulo de Sá, 03 de Francisco Aurelio e 01 editorial reproduzido do Diário da Manhã de 29/09/1923 sobre a instalação da AEL. Desses cinco números publicados, participaram os seguintes acadêmicos: José Moysés, 04, Luiz Busatto, 01, Romulo Salles de Sá, 02, Neida Lúcia de Moraes, 03, Aylton Rocha Bermudes, 03, João Baptista Herkenhoff, 02, Coelho Sampaio, 02, Ormando Moraes, 04, Waldemar Mendes de Andrade, 01, Anna Bernardes da Silveira Rocha, 01, Roberto Almada, 01, Athayr Cagnin, 03, Levy Rocha, 01, Marien Calixte, 02, Renato Pacheco, 05, Elviro Athayde de Freitas, 01, José Carlos da Fonseca, 01, Evandro Moreira, 01, Carlos Teixeira Campos, 01, Ruy Cortes, 01, José Luiz Holzmeister, 01, Miguel Depes Tallon, 04, Crystalino de Abreu Castro, 01, José Higino de Oliveira (Taneco), 02, Gabriel Bittencourt, 02, Oscar Gama Filho, 01, Ester Abreu de Oliveira, 03, Francisco Aurelio Ribeiro, 03, Humberto Del Maestro, 03, Carlos Nejar, 03, Maria Helena Teixeira, 03, Berredo de Menezes, 03, Ivan Borgo, 03, Gracinha Neves, 01, Sérgio Bizotto, 02, Antônio José Feu Rosa, 02, Magda Lugon, 01, Beatriz Abaurre, 01, Matusalém Dias de Moura, 01, Miguel Marvilla, 01. Não acadêmicos, publicaram: Maria Lúcia Kopernick, 02, Marilena Soneghet, 02, Clory Zuardi, 01, Dario Corbetta, 01, Luiz Carlos Lugon, 01, Joaquim Serpa, 01, Manoel Ceciliano de Almeida, 01, Claudia Bravim, 01. No total foram 40 participações de acadêmicos e 08 de não acadêmicos. A maior participação foi a de Renato Pacheco, com presença nos cinco números publicados, seguido de José Moysés e Ormando Moraes, com 04.
Uma segunda fase da revista se inicia em 2002, na gestão de Maria Helena Teixeira de Siqueira e vai até 2009 com um número exclusivo dedicado ao sesquicentenário de nascimento de Afonso Claudio (1859-2009). A revista passou a ter o formato de livro, 15x21, e o design da capa foi feito pelo Studio Ronaldo Barbosa, tendo sido publicados nove números nessa fase. O primeiro teve o apoio da Fundação Jônice Tristão e foi feito na Gráfica A1. O segundo teve o apoio da FAESA e também foi feito na gráfica A1. O terceiro foi feito na Gráfica A1 e teve o apoio da PMV, bem como os outros números dessa fase, com a impressão feita pela Ed. Formar, a partir de 2005.
Nessa segunda fase, foram publicados 185 textos diversos, sendo a maioria ensaios, 61 e crônicas, 61, poemas, 38, discursos, 13, contos, 08, palestras, 02 e cartas, 02. Setenta e um autores escreveram na revista, dos quais 48 acadêmicos (44 efetivos e patronos e 04 correspondentes) e 23 convidados. Os Acadêmicos que mais publicaram foram: Ester Abreu e Francisco Aurelio, 10 textos cada; Gabriel Bittencourt, 09; Beatriz Abaurre e Berredo de Menezes, 07; Maria Helena Teixeira, Matusalém Dias de Moura, Aylton Bermudes, Humberto Del Maestro e Getúlio Neves, 06; Ivan Borgo, Italo Campos e Josina Drumond, 04: Gracinha Neves, Taneco, Samuel Duarte e Antonio José Feu Rosa, 03; Américo Menezes, Marien Claixte, Athayr Cagnin, Osvaldo Ovídio, Romullo Sá e João Gualberto, 02; Coelho Sampaio, Oscar Gama, Neida Lúcia, Miguel Marvilla, José Carlos da Fonseca, João Batista Herkenhof, Adelpho Monjardim, Renato Pacheco, Carlos Nejar, Leonardo Monjardim, Luiz Busatto, Alarico Freitas, Levy Rocha, Afonso Claudio, Ciro Cunha, Mons. Pedrinha, Ana Bernardes, Jair Tovar, Elpídio Pimentel e Garcia de Rezende, 01.
Dentre esses nove números, dois foram especiais. Um de 2006 dedicado ao aniversário de 85 anos da AEL, com vários artigos e fotos dedicados à história da AEL. Os textos publicados foram relativos às palestras cuja programação consta da p. 08, realizada na semana de 04 a 13 de setembro de 2006. São eles: “Afonso Claudio, nosso primeiro acadêmico”, de Francisco Aurelio Ribeiro; “Juristas e literatos acadêmicos capixabas”, de Getúlio Marcos Pereira Neves; “Cronistas e acadêmicos capixabas”, de Matusalém Dias de Moura; “Historiadores acadêmicos capixabas”, de Gabriel Augusto de Mello Bittencourt. Da programação, constava, exposição na galeria Virginia Tamanini, oficina literária com Sérgio Blank, aulão para vestibulandos e lançamento do livro Patronos & acadêmicos. Esse número traz discursos, atas e matérias dos jornais da época da fundação da AEL e se encerra com uma crônica de Ana Maria Machado sobre seu tio Guilherme Santos Neves.
Outro número especial foi o de 2009, comemorativo ao sesquicentenário de nascimento de Afonso Claudio (1859-2009). Nele consta o artigo escrito por Ciro Vieira da Cunha, publicado em A Gazeta, em 1959; o discurso feito por Afonso Claudio na faculdade de Direito de Niterói, onde lecionava, em 1926; o artigo de Maria Stella de Novaes intitulado “Afonso Claudio Governador”, publicado em A Gazeta de 1974 e os textos referentes às palestras que foram feitas pelos acadêmicos na comemoração dos 150 anos de nascimento de Afonso Claudio: “Afonso Claudio folclorista”, Ester Abreu; “Afonso Claudio historiador”, Estilaque dos Santos, Professor da UFES; “Afonso Claudio, nosso primeiro acadêmico”, Francisco Aurelio Ribeiro; “Afonso Claudio abolicionista”, Gabriel Bittencourt; “O jurista Afonso Claudio”, Getúlio Neves; “Afonso Claudio: o profeta da Modernidade”, João Gualberto e “Afonso Claudio e sua história da literatura espírito-santense”, Levy Rocha.
Terceira fase se inicia em 2010, quando se faz convênio com o Instituto Sincades (Sindicato do Comércio Atacadista) e vai até 2016, quando termina o convênio. Nessa fase, são publicados oito números da revista, incluindo um número especial dedicado aos 90 anos da AEL, em 2011 e patrocinado pela Lei Rubem Braga da PMV. O número de 2010 também teve apoio da PMV, foi o primeiro a publicar os nove textos vencedores do Concurso Literário promovido pelo Sincades, mas ainda teve o formato de livro como os números anteriores da segunda fase, embora a capa não mais apresentasse o projeto do Studio RB. Em 2011, saíram dois números da revista, assim como aconteceu em 2006, na comemoração dos 85 anos, um especial dedicado aos 90 anos e outro, em formato A4, com o patrocínio do Instituto Sincades, com textos dos acadêmicos e os textos premiados no concurso literário. Esse mesmo esquema prevaleceu até 2016, quando se encerrou o convênio e a revista passa a seu formato anterior e com textos exclusivos dos acadêmicos e convidados.
Nesse período, nos oito números publicados, saíram 114 textos de 41 autores, dos quais 31 acadêmicos, dentre os efetivos e correspondentes. Os acadêmicos que mais publicaram foram: Francisco Aurelio Ribeiro, 08; Ester Abreu, Jô Drumond, Getúlio Neves, 07; Alvaro Silva, Anaximandro Amorim, 06; Gabriel Bittencourt, Samuel Duarte, Gracinha Neves e Marcos Tavares, 05; Humberto Del Maestro, Jorge Elias, Italo Campos e Wanda Alckmin, 04; Ivan Borgo, 03; Beatriz Abaurre, Aylton Bermudes, João Herkenhof, Fernando Achiamé, Carlos Nejar, 02; Matusalém Dias,Athayr Cagnin, Mattedi, Cacau Monjardim, Miguel Talon, Bernadette Lyra, Santiago Montobbio, Pedro J. Nunes, Luiz Busato, José Roberto, Jeanne Bilich, 01. Quanto aos gêneros, 43 foram ensaios, 30 crônicas, 16 poemas, 15 contos, 07 discursos, 02 cartas e 01 entrevista.
A quarta e última fase é a que se inicia em 2017 e está em processo. A revista volta ao formato de livro, 15x21, e três números foram publicados de 2017 a 2019. A capa passa a ter a imagem da Casa Kosciusko Barbosa Leão com variação na cor da lombada e contracapa. Também volta a ser indexada, processo iniciado em 2009, no número especial dedicado ao sesquicentenário de Afonso Cláudio, com o ISNN catalogado 2176-6517 e que tinha sido interrompido de 2011 a 2016. É de se lembrar, também, que o primeiro número da revista, o de 1991, comemorativo aos 70 anos, não foi contado, bem como o de 2011, relativo aos 90 anos. Portanto, ao todo, foram 25 números publicados de 1991 a 2019, embora somente 23 estejam computados na última edição, a de 2019.
Nesses três números publicados de 2017 a 2019, contam-se 53 textos de 29 autores, sendo 24 de acadêmicos e 05 de convidados. Foram publicados 53 textos nas seguintes modalidades: 04 discursos, 29 ensaios, 10 crônicas, 02 contos e 08 poemas. Os autores que mais publicaram foram Francisco Aurelio Ribeiro, 04, Ester Abreu, Anaximandro Amorim Getúlio Neves, Humberto Del Maestro, Gracinha Neves, Matusalém Moura, Pedro Sevilla, Santiago Montobbio, Fernando Achiamé, 03, José Roberto, Pedro J. Nunes, Jô Drummond e Wanda Alckmin, 02, e os demais com 01 texto. Essa contagem é pela presença do autor na revista e não pela quantidade de textos publicados em cada inserção. Ou seja, um autor pode ter comparecido com vários poemas ou crônicas, mas se contou apenas um autor e uma modalidade literária.
Em 2020, saiu o nº. 25, comemorativo ao 99º aniversário da AEL. Nele, constam 26 textos de 19 acadêmicos, sendo 08 poemas, 10 crônicas, 05 ensaios e 03 discursos. Em 2021, veio a lume o nº. 26, comemorativo ao 100º aniversário da AEL, que ocorrerá em setembro deste ano. A revista conta com a participação de 20 Acadêmicos, com 26 textos, distribuídos em: 08 poemas, 10 crônicas, 07 ensaios e 01 discurso. Ambas foram publicadas com apoio da Prefeitura Municipal de Vitória, a principal parceira da AEL nestas últimas décadas.
Portanto, nesses 30 anos de existência da Revista da AEL, foram publicados 28 volumes, já que não foram numerados o primeiro volume, comemorativo aos 70 anos, em 1991, e nem o de 2011, comemorativo aos 90 anos. A revista tem saído anualmente, sem interrupções, desde 1998, o que é raro. Na totalidade, houve a participação de 189 escritores, com 523 textos. Destes, 175 foram ensaios, 142 crônicas, 32 contos, 113 poemas, 36 discursos, 10 editoriais, 02 palestras, 04 cartas e 01 entrevista. Os autores que mais escreveram foram Ester Abreu V. de Oliveira, com 28 inserções e Francisco Aurelio Ribeiro, com 27.
Francisco Aurelio Ribeiro pertence à Academia Espírito-santense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.